Minha motivação para escrever um blog

Uma das coisas mais divertidas que fiz na minha passagem pela tb.lx foi escrever um artigo acerca da minha experiência migrando da TI tradicional para um modelo de trabalho ágil e baseado em nuvem. Se você tiver interesse, pode conferir o texto original (em inglês) aqui.

Eu sempre fui um bom aluno e sempre gostei das aulas de português, especialmente das atividades que envolviam redação e resumos críticos (as famigeradas “resenhas”) acerca dos livros que o querido Professor Menezes nos indicava/obrigava a ler. Mas existem grandes diferenças entre esse tipo de atividade escrita e a confecção de um artigo “técnico”, voltado aos profissionais e ao mercado de TI.

Eu também sou um grande consumidor de blogs de tecnologia, tanto dos mais “descolados” como o excelente Daring Fireball (publicado pelo criador do markdown e entusiasta da Apple John Gruber), quanto dos mais “corporativos” como o Microsoft Azure blog (meu provedor de serviços de nuvem preferencial). Atualmente, o meu leitor RSS gerencia mais de 50 feeds, e a cada dia que passa eu descubro um ou dois outros blogs que valem a pena serem seguidos e lidos.

Portanto, não existe necessariamente uma falta de bons blogs e de excelentes conteúdos na Web que justifiquem a criação de mais um blog de tecnologia. E por mais que a minha mãe sempre diga que tudo o que eu faço é bonito (obrigado, Mamis!), admito que estou longe de ser um escritor prodigioso ou mesmo um profissional referência em minha área.

Então, por que criar mais um blog de tecnologia?

Antes de tentar explicar as minhas motivações, eu acho importante destrinchar os motivos pelos quais eu não estou criando esse blog.

Esse blog não foi criado para ser monetizado. Não tenho interesse que esse espaço se torne de alguma forma uma fonte de renda, seja por meio de anúncios, programas de afiliados, ou venda de bugigangas. Isso não significa, porém, que eu não tenha interesse em explorar outras oportunidades comerciais baseadas na minha experiência profissional - tanto é verdade que a única outra página nesse sítio chama-se mentoring. Mas na minha opinião, essas duas atividades não devem se misturar, por uma questão ética e de objetivos práticos que serão explicados mais a frente.

Esse blog também não existe com o fim específico de construir uma marca pessoal. Algumas pessoas escrevem em blogs de modo a estabelecer esse tipo de credibilidade e autoridade, o que pode ser útil para crescer na carreira ou até mesmo conseguir novas oportunidades de trabalho. E a sentença-chave aqui é fim específico. Eu não quero escrever pelo simples fato de poder colocar minhas postagens no LinkedIn e angariar likes e aplausos da minha rede de contatos. Minhas motivações e vontades não estão de modo algum alinhadas a essa obsessão contemporânea pela fama, que se se tornou para muitos uma meta de vida.

Mas então, por que cargas d’água você quer criar um blog?

Fico verdadeiramente feliz que você tenha perguntado ❤️

Eu gosto de compartilhar as coisas que eu aprendo. Em um passado não muito distante, eu ministrava cursos de “Introdução ao Linux” nas semanas de tecnologia da Fatec-PG, minha alma mater. Não fazia pelo dinheiro (esse nunca existiu) ou para ganhar o coração das meninas da minha Faculdade (uma estratégia que com certeza estaria fadada ao fracasso). Fazia-o pelo prazer que eu sentia em ensinar, pela alegria em trazer esses outros alunos para o lado livre da Força, em fomentar o entusiasmo pelo sistema do pinguim, e também pela possibilidade de aprender várias outras coisas com a comunidade que se formava em torno daquilo. Fazia-o para compartilhar experiências, aprendizados e habilidades com outras pessoas, e espero poder fazer tudo isso aqui nesse novo espaço.

Escrever também pode ser uma forma de expressão artística e emocional, e eu sinto que existe cada vez menos espaço para esse tipo de manifestação na minha vida. Tal com descrito belamente nessa resenha do livro “Zen e a Arte da Manutenção de Bicicletas”:

“Pirsig (..) julga que uma das doenças do século 20 é justamente a impaciência, o corre-corre, a ansiedade, a incapacidade de estar com a mente quieta e o coração tranquilo.”

— Eduardo Carli de Moraes

Nota: inclusive, fica aqui a dica para que todos conheçam esse maravilhoso livro.

Talvez a minha intenção seja procurar uma solução para esse problema, que na minha opinião agravou-se ainda mais com o advento da IA contemporânea e seus transformadores generativos pré-treinados. O tempo dirá se fui bem-sucedido ou não nessa empreitada.

Por último, mas não menos importante, eu quero documentar experiências. Devido à natureza do meu trabalho, todo dia aprende-se alguma coisa nova: seja através da prática, vivendo e respirando projetos e tecnologias; ou mesmo de forma teórica, através de livros, vídeos e artigos. Esses aprendizados só podem ser aprimorados de maneira sistemática, e um componente desse sistema é a documentação dessas experiências. Esse espaço funcionará como um repositório pessoal de conhecimento e, com sorte, ajudará outras pessoas a aprenderem com a minha jornada.

Quanto a periodicidade das postagens, minha pretensão é começar devagar, com no máximo uma postagem por mês. Tenho planos de criar uma categoria específica de posts com links para materiais que eu ache interessante, mas que não careçam de mais do que uma ou duas linhas de contexto. Vamos ver.

Espero que você tenha gostado e que volte daqui a algum tempo para ler o meu mais novo texto. Até lá!